Estive em Barcelona entre os atentados nas Ramblas e a votação pela independência da Catalunha. A cidade estava fervendo. Cidade cosmopolita e com identidade própria, Barcelona é o epicentro da queda de braço entre o governo central espanhol e os independentistas catalães.
Orgulhosa de seu passado, da sua cultura e da sua história, a Catalunha tem uma identidade própria. Terra natal de Antonio Gaudí e Salvador Dali, Barcelona foi fundada no século I pelos romanos. O primeiro nome da cidade, quando vila romana, foi Barcina. Os vestígios desse passado se encontram no bairro mais central da cidade, o Barri Gótic ou Bairro Gótico. Incrivelmente preservado, as suas ruelas são incríveis e remontam aos períodos romano e medieval.
Ruas do Bairro Gótico
O centro do Bairri Gótic é a Catedral de Barcelona, cuja construção foi iniciada em 1298 sobre um templo romano. Próxima à catedral está a Plaça del Reie e o Palau Reial Major, onde viviam os antigos condes da Catalunha.
As outras jóias da região são o Museu Picasso, artista que viveu a sua juventude na cidade; o Palau de la Música Catalana, uma grande e linda casa de concertos de música e dança flamenga; a Plaça de Sant Jaume, com seus palácios que abrigam sedes do governo da Catalunha e ruazinhas medievais fascinantes.
As principais são a Carrer del Bisbe, que possui uma ponte neogótica sobre a rua, Carrer de Santa Llúcia, com a Casa de l’Àrcadia, e Carrer Petritxol, de muitas xocolateries e galerias de arte. O Bairri Gótic é procurado por jovens, por alternativos e por quem gosta da boemia noturna dos bares.
El Raval é o bairro vizinho ao bairro gótico, onde ficam as movimentadas Las Ramblas, que começam na Praça da Catalunha e terminam no Port Vell, à beira do Mediterrâneo. Conheça também o Mercant La Boquería , o primeiro mercado público de Barcelona, que tem produtos gastronômicos de excelente qualidade e bons restaurantes.
O lado mais elegante de Barcelona é o L’Eixample, que em catalão significa “A Extensão”. Foi projetado no século 19, quando a cidade passou por uma explosão populacional que coincidiu com o período modernista. Os prédios são cheios de curvas e alguns deles têm a assinatura de Antonio Gaudí, o maior arquiteto catalão.
O artista projetou na região as belas Casa Milá, conhecida também como La Pedrera, e a Casa Batlló, construída em 1904.
A grande rambla de L’Eixample é o Passeig de Gràcia, onde estão diversas lojas de grife, como Dolce&Gabbana, Bvlgari e Armani, bem como as lojas da Zara, Mango, Desigual e H&M.
Em L’Eixample está a obra-prima de Gaudí, a Igreja da Sagrada Família. O projeto foi iniciado pelo arquiteto em 1833 e até hoje continua inacabado. Os guindastes que continuam construindo a Sagrada Família já fazem parte do cartão postal da igreja.
A igreja é linda e seu impressionante interior está repleto de vitrais que ganham colorido diferenciado, conforme a posição do sol. Colunas monumentais parecem árvores gigantes em bosques.
Outra obra impressionante do gênio Gaudí é o Parc Güell com suas curvas e azulejos coloridos, no ótimo bairro de Gràcia. À vista do alto do Parc Guell para a orla de Barcelona é linda.
A principal praia de Barcelona é a Barceloneta, após o Bairri Gótic. Até meados do Século 18, estava localizada em um bairro de pescadores. Possui uma parte antiga que mantém um aspecto de vila, com alguns prédios antigos.
Já a orla marítima do bairro Barceloneta foi totalmente remodelada para as Olimpíadas de 1992. O Passeig Marítim é um calçadão público com 1,25 km que vai até o Port Olímpic. Além da La Barceloneta, em seu percurso há as praias de Platja Sant Miquel e San Sebastià.
Ao lado de Barceloneta se encontra o Port Vell ou Porto Velho. Para ir do porto até Montjuïc, um dos pontos mais altos de Barcelona, é possível utilizar o teleférico Transbordador Aeri.
Em Montjuïc, no topo da grande colina de Barcelona, encontram-se grandes atrações. Ali estão o Museu Nacional d’Art de Catalunya, o CaixaForum, a Fundação Miró, a Font Màgica e o Poble Sec. Várias quadras e piscinas públicas foram construídas nas proximidades do local que foi um dos palcos de muitos esportes das Olimpíadas de 1992. Montjuïc quer dizer Monte Judeu e é um grande parque ao ar livre, perfeito para caminhar.
Para se chegar a algumas atrações pode-se utilizar das escadas rolantes que vêm desde a Plaza d’Espanya.
É necessário tempo para curtir Barcelona. Três dias são poucos, cinco dias passam a ser razoáveis, mas o ideal é permanecer ao menos uma semana.
Além de Barcelona, outras cidades que valem a pena conhecer na Catalunha são as medievais Girona e Figueres, esta última a cidade-natal de Salvador Dalí. Visitar o litoral catalão também é uma boa. Conhecido como Costa Brava, tem 214 km de praias, sendo as mais conhecidas Lloret de Mar, Tossa de Mar e Cadaquès.
