Amsterdã combina bem com uma viagem a Paris ou Londres
Amsterdã é um encanto com suas belas casinhas à beira dos canais. Impossível não morrer de amores por essa arquitetura tão charmosa e flores e mais flores espalhadas por toda a Holanda. A cidade é totalmente diferente do que estamos acostumados, fria (no clima), liberal (nos costumes), aqui ciclista tem a prioridade, sistema de mobilidade urbana funciona, alto padrão de renda, é o segundo país que menos se trabalha, cada um na sua… Tudo diferente do que estamos acostumados.

A cidade é ideal para um passeio sem pressa pela margem dos canais admirando a arquitetura do local, tomar cervejas, andar de bicicleta, passear pelos muitos museus da cidade, ou até um programa mais liberal, como frequentar o Red Ligth Districts e os coffeeshops.

Com voos de diversas cidades da Europa para Amsterdã e voos do Brasil pela KLM, é possível combinar uma conexão de até três dias (parada programada) pela KLM, a caminho de outro destino. Amsterdã fica redondinho no roteiro.
Ir de trem também é uma ótima opção. Sair de Paris, da Gare du Nord, chega-se a Amsterdã em menos de 3h30. Se tiver mais dias, uma outra parada em Bruxelas também é uma ótima opção.
Arquitetura de AmsterdãA companhia que faz a rota Paris – Bruxelas – Amsterdã é a Thalys. Se a opção for sair de Londres, o Eurochannel faz Londres – Bruxelas e de Bruxelas embarca-se no Thalys.

Chegar à Central Station, a estação ferroviária central em Amsterdã é fácil e rápido. Se estiver com malas e só pegar um táxi ou uma das muitas linhas do Tram que passam em frente. Se o hotel for próximo até dá para arriscar uma caminhada. Amsterdã é uma cidade pequena e tudo gira em torno dos seus canais.

Ao escolher o seu hotel, leve em conta que o mais interessante na cidade não é uma determinada região, mas ficar à beira de um dos canais que circulam a cidade.

Jordaan é o bairro mais interessante da cidade, tranquilo de dia e movimentado à noite, alternativa aos arredores do barulhento Rembrantplein. As imediações da estação central e a Avenida Damrak ficam mais barra pesada à noite pouco iluminados. O Jordaan tem muita oferta de aluguel. Se o seu desejo sempre foi ficar em uma casa-barco, Amsterdã é o lugar. Apenas avalie bem o período da sua viagem para Amsterdã, pois o local faz um frio de congelar no inverno, além do vento forte.

Para passear por Amsterdã e aproveitar suas atrações, uma dica é adquirir o Amsterdã Card. O bilhete só vale à pena se você quiser ver muitas atrações no período de 72 horas, tipo maratona. O passe é bem caro, já que o bilhete é válido por 24, 48 e 72 horas, custando respectivamente, € 40, € 50 e € 60.

O Amsterdã Card é vendido em postos de atendimento ao turista no Aeroporto de Schiphol, na estação de trem Centraal, na Leidsplein e na Museumplein, nos postos GVB Tickets & Info e em hotéis. O cartão oferece entrada gratuita em 34 atrações, como a Casa de Rembrandt, o Museu Van Gogh e a Sinagoga Portuguesa, além de um tour de barco pelos canais e transporte ilimitado em tram (bonde), ônibus e metrô. Também dá direito a 25% de desconto em aluguel de bicicleta, restaurantes e passeios diversos como a Heineken Experience. Mas atenção, as duas principais atrações, o Rijksmuseum e a Casa da Anne Frank não estão inclusas.

No Museumplein, a Praça dos Museus está localizada entre os museus Van Gogh e Rijksmuseum, próxima ao museu Stedelijk e à casa de espetáculos Concertgebouw. Sabe aquele letreiro I Love Amsterdam, onde todos tiram uma foto? Está na praça dos Museus.

O Rijksmuseum (€ 14 ), o museu nacional da Holanda passou por uma ampla reforma e reabriu em 2013, com uma exposição de 8 mil obras que abrangem 800 anos de história. Obras incríveis dos mestres holandeses Rembrandt, como “A Ronda Noturna” e de Veermer, Jan Steen e Frans Hals. O Rijks como é carinhosamente chamado, é considerado um dos melhores museus da Europa. E não é para menos, lá o visitante vai encontrar uma enorme coleção de artistas holandeses e salas de pinturas dedicadas ocupação holandesa no Brasil.

O Museu Van Gogh, com ingressos no valor de € 17,50, possui obras maravilhosas do mestre impressionista, como as pinturas O Quarto, Os Comedores de Batata, Campo de Trigo e Girassóis, além de alguns autorretratos. A loja de souvenires do Museu Van Gogh é demais.

A Casa de Rembrandt é o local onde o pintor viveu 21 anos e tem exposição de seus objetos pessoais (€ 10). O Hermitage Amsterdam é uma filial do famoso museu de São Petesburgo em Amsterdã. O ingresso custa €15.

O Stedelijk é o Museu de Arte Moderna de Amsterdã, tem obras do também holandês Piet Mondrian, além Monet, Kandisnky, Picasso. O ingresso custa € 17,50 e fica na Museumplein.
Já a atração mais procurada é a Casa de Anne Frank, que possui filas imensas para sua entrada, que deve ser adquirida três meses antes. A escritora morava nesta casa no bairro Joordan, quando ficou escondida dos nazistas. Ingressos a €9.

Já a Heineken Experience, fábrica da famosa cerveja, conta sua história interativa da fundação da marca até os dias atuais. Ao final, degustação de duas tulipas com ingressos a €17.

Uma das atrações imperdíveis é o passeio de barco pelos canais de Amsterdã. Os preços dos passeios ficam em torno de € 15. Os cruzeiros comuns têm guias em áudio e duram 75 minutos, percorrendo alguns dos principais pontos da cidade.
O Vondelpark é o maior e mais famoso parque de Amsterdã, frequentado por holandeses e turistas, principalmente nos dias de sol.
A praça Dam é movimentadíssima, apenas um quilômetro da Estação Central de Trens (Amsterdam Centraal) onde fica o Memorial Nacional aos Mortos, monumento em homenagem as vítimas da Segunda Guerra Mundial, além de bares, restaurantes, casas noturnas e lojas de suvenir.

A Igreja Nova ou De Nieuwe Kerk é a bela e imponente igreja da Praça Dam. Aqui aconteceram a posse dos monarcas holandeses desde 1814 – é um local que guarda tesouros importantes e também sedia várias exposições.
A Igreja Antiga ou Oude Kerk é a igreja e monumento mais antigo de Amsterdam com 800 anos. A igreja está localizada no coração da cidade, no Red Light District.

O Red Light District ou Bairro da Luz Vermelha, bairro conhecidíssimo na região central de Amsterdã, onde prostitutas oferecem seus serviços legalmente, dentro de pequenas vitrines iluminadas com a luz vermelha. Ao caminhar pelo labirinto de ruelas, você vai se deparar com as cabines com as mulheres se oferecendo seminuas, sex shops, casas de shows pornôs e coffeeshops, os cafés também legalizados cujo produto principal não é o café, mas a maconha. Assim, com turistas com o cabeça no mundo da lua do Red Light District é comum o furtos de carteira. À noite, o movimento aumenta muito e é prudente ficar atento. A recomendação é a de não tirar fotos das mulheres nas vitrines.

Mas caminhar ao longo dos canais é gratuito e uma das melhores atrações de Amsterdã. Os canais possuem casinhas que, embora muito parecidas, nunca serão iguais umas as outras. O maior dos canais é o do Rio Amstel, onde a cidade floresceu na sua Era de Ouro, entre os séculos 17 e 18. Potência naval, A Holanda construiu sua principal cidade domando oceanos e rios.

O Begijnhof é uma vila fundada na Idade Média, dentro do centro de Amsterdã. Aqui viviam as beguinas, mulheres que queriam dedicar suas vidas as “boas obras” e viverem reclusas da sociedade, mas sem fazer os votos monásticos. A vila surgiu em 1389, quando apareceu no primeiro documento oficial da cidade. O local foi construído quase um metro abaixo do nível do restante de toda Amsterdam. As casas ainda são ocupadas e turistas podem ir até determinado ponto do jardim interno da vila. Não deixe de conhecer este lugar, que é uma viagem no tempo.

A Leidseplein uma praça muito conhecida pelos turistas que estão em Amsterdã. Rodeada de bares e restaurantes que não são os melhores da capital, o local também é palco de apresentações artísticas, principalmente no verão. Muitos restaurantes são de imigrantes. Existem restaurantes italianos, árabes, argentinos, franceses e japoneses.

O Bairro dos Judeus ou Jodenbuurt é um bairro de imigrantes judeus que viveram ali a partir do século 16 em diante. Muitos edifícios fazem parte da história da comunidade judaica, como a Sinagoga Portuguesa, o Teatro Holland e o Museu de História Judaica. A Sinagoga Portuguesa foi construída por judeus sefarditas, que vieram da Espanha e Portugal, em 1675, fugidos da Inquisição. Por volta do ano 1700, mais de 10 mil judeus viviam em Amsterdam. Os judeus não eram autorizados a exercer muitas profissões e estavam ligados às atividades bancárias e o principal deles era o financiamento da Companhia das Índias Orientais Holandesa. Muito ricos e influentes, aos judeus portugueses de Amsterdam foi permitido construir a sua própria sinagoga, enquanto aos membros de outras religiões, como católicos, os sermões eram proibidos abertamente. Durante a Segunda Guerra Mundial, apenas 28 mil judeus sobreviveram, dos 120 mil que viviam na cidade.

Passeios fora de Amsterdã
Parque de Tulipas Keukenhof funciona somente entre os meses de março e maio, e vale ser programada uma visita mais que obrigatória ao belíssimo parque das flores situado próximo à cidade de Lisse, uns 30 quilômetros do centro de Amsterdã. Acompanhe os posts de Amsterdã que vamos explicando como chegar ao parque. Os ingressos no local custam € 15.

Na programação oficial do parque, exposições de rosas, hortênsias, bromélias e outras espécies se revezam ao longo das semanas. A maior festa acontece em abril, com o tradicional cortejo de carros alegóricos cobertos por flores, que fazem percurso de 40 quilômetros. Durante a temporada, além de visitar os jardins você pode contratar passeios de bicicleta, de barco e até sobrevoos pelas plantações de tulipas próximas a Keukenhof. O parque é perfeito, são 32 hectares cobertos de tulipas, lírios, narcisos, orquídeas, jacintos e, pasmem, encontrei até uma flor com o nome de minha mãe, “Ancilla”. Emoção total, saudade, lágrimas e nunca mais esquecerei do lugar. O parque toca a cada um de uma maneira.

São plantados 7 milhões de bulbos por ano, um verdadeiro mar de flores coloridas mantido pela poderosa indústria de flores do maior exportador mundial, a Holanda. O setor movimenta cerca de € 5 bilhões. O local é maravilhoso, mas o frio é terrível nesses meses de fim de inverno, começo de primavera. Então, não esqueça seus agasalhos.

Zaanse Schans é o local para os que desejam conhecer de perto os famosos moinhos holandeses. Distante 17 minutos de trem, da Estação Central de Amsterdam. Moinhos, cafés, restaurantes e paisagem encantadora fazem o passeio valer a pena. Como chegar lá: na Estação Central de Amsterdam pegue o trem na direção Uitgeest e desça na estação Koog-Zaandijk. Da estação até o local é uma caminhada de 15 minutos, seguindo as placas.

Para quem possuir tempo de sobra Den Haag (Haia) e Roterdã também são cidades para aproveitar. Ir a Haia, a capital política da Holanda, ou a Roterdã, a segunda maior cidade dos Países Baixos, pode ser feito em dias alternados e em bate e volta. Da estação central de Amsterdã partem trens para as duas cidades e a viagem dura, em média, 50 minutos, para Haia, e 1h10, para Roterdã, dependendo do horário e do trem escolhido, a viagem pode ser mais longa ou mais curta.

A Bélgica é um país vizinho. Ir e voltar no mesmo dia é possível, mas cansativo. O melhor é agregar uma viagem de alguns dias com visita a Antuérpia, distante 1h30, e Bruxelas, 2h30. Bruges, a linda cidade belga continua distante demais para um bate-volta: são 3h40 de viagem, com baldeação em Bruxelas. Colônia fica a 2h40 e é a porta de entrada para uma viagem pela Alemanha.

As principais comidinhas que você não pode deixar de provar em Amsterdã são o Appelgebak met slagroom ou Torta de maçã com chantili, o haring ou arenque, as batata frita com maionese, que embora belgas, come-se muito na Holanda. Os queijos são ótimos, em especial o gouda, o edam, o maasdammer e Boerenkaas. E o stroopwafel, outro doce típico holandês, parecido com waffle recheado de caramelo.

Para quem acha que a Holanda é só mais um país frio ao norte da Europa, esqueça e venha para essa “terra de gigantes”, afinal os holandeses são o povo mais alto do mundo. Louros, esguios e de olhos azuis ou verdes, os holandeses perambulam com suas bicicletas para todos os lados, quase te atropelando, passando do ladinho dos poderosos trams (bondes). Amsterdã é diferente, bacana, livre e é quase um país em miniatura. Visita-la será inesquecível.
