Não se sabe ao certo qual teria sido a origem de Bruxelas, a capital da Bélgica e da União Européia. A cidade teria sido fundada por Saint-Géry – um bispo francês canonizado como santo -, com o nome de Broeksele, que quer dizer casa do pântano. Segundo essa versão, a fundação aconteceu no Século VI, quando ali se instalou a primeira igreja, em uma ilhota pertencente ao arquipélago, que havia no centro da cidade. Atualmente o local abriga a Bolsa de Valores.
Mas também há relatos de que a fundação de Bruxelas de fato aconteceu em 966 d.C, quando o Duque de Lorena construiu uma fortaleza que daria origem à futura cidade, que anos depois seria devastada pelas tropas francesas no século XVI.
O rio Sena que passava pela cidade de Bruxelas era historicamente o canal navegável da cidade. Mas no século XIX se tornou poluído e menos navegável à medida em que a cidade crescia. Em 1867, o rio inundava com frequência, ocasionando muitas mortes. Iniciou-se então a sua cobertura, que foi concluída em 1871 e permitiu a construção de edifícios e avenidas que até hoje permanecem.
As muralhas que ainda cercam Bruxelas foram erguidas em 1100 d. C. , mas a cidade cresceu e ultrapassou a fortaleza. Com isso, o centro ganhou o formato de um pentágono.
Dessa época restou apenas a Ponte de Hale e o centro de Bruxelas, que ficou conhecido como a Cidade Baixa. Já a parte que cresceu fora das muralhas é a Cidade Alta.
A Grand Place e seus belos prédios góticos são uma atração imperdível do centro histórico, assim como os prédios flamengos que formam as guildas (clique aqui para ler no blog), as maisons e os hotéis Hôtel De Ville e o Hôtel Du Roy (clique aqui).
Outras atrações do centro de Bruxelas é o Manneken-Pis, uma pequena escultura de bronze de um bonequinho fazendo pipi em uma fonte, que é o símbolo da cidade. O bonequinho é vestido com diversas roupas desde o século XVII, tendo uma exposição permanente de seus trajes no Hôtel Du Roy, que abriga o Musée de la Ville de Bruxelles.
A Rue des Bouchers (Rua dos Açougueiros) e a Petite Rue des Bouchers (Pequena Rua dos Açougueiros) têm muitos restaurantes, alguns bem pega-turistas, com garçons insistindo em abordar as pessoas.
A linda Galeries Royales de Saint-Hubert foi a primeira das galerias de lojas da Europa e também a mais grandiosa e fina do continente.
Até hoje o local é muito bonito e possui lindas lojas vintages, como a de luvas finas JP Guanti, chapelarias, joalherias, presentes, chocolatiers finos e couros.
Outra atração local é o Café du Vaudeville, que tinha entre os clientes habitués o filósofo Karl Marx, o escritor Victor Hugo e o escultor Auguste Rodin. O piso superior é decorado com cópias do Manifesto Comunista.
No seu conjunto, a Galeries Royales de Saint-Hubert, inaugurada em 1837 pelo rei Leopold I, é composta das Galerie de la Reine, la Galerie du Roi et la Galerie des Princes.
Entre os chocolatiers estão a Godiva, Belgique Gourmande, Léonidas, Corné Port Royal e a Neuhaus; as incríveis fábricas de chocolates belgas.
A galeria ainda tem um belíssimo teatro chamado Théâtre Royal Des Galeries.
As Galeries Royales de Saint-Hubert estão para Bruxelas como as Galerias Lafayettes estão para Paris e a Galeria Vitório Emanuelle está para Milão, um lugar de sonhos que persiste até os dias atuais, com a mesma elegância.
A La Bourse é a Bolsa de Valores da Bélgica. O prédio foi construído em 1873, com arquitetura baseada nos templos gregos. Muitas exposições acontecem por ali e no subsolo estão os resquícios arqueológicos de um convento de 1238. As visitas guiadas ao local acontecem na primeira quarta-feira do mês e o ponto de encontro fica em frente à Maison du Roi na Grand Place.
A população utiliza a frente do prédio da bolsa para realizar manifestações, como as vigílias que aconteceram após os atentados ao aeroporto e ao metrô, no dia 22 de março de 2016. Estivemos lá dois dias depois desses tristes acontecimentos, que abalaram o mundo e Bruxelas, a capital da União Européia.