Milhares de pessoas vão aos cemitérios de várias cidades do mundo para visitar o túmulos de personagens famosas da história e da cultura. É assim em Paris, Londres, Estados Unidos, como em Buenos Aires, Argentina.
O Cemitério da Recoleta é um dos mais visitados do mundo e atrai tanto argentinos como visitantes de vários países.
Lá estão os restos mortais de várias personalidades da política e das artes argentinas, entre presidentes, músicos e escritores.
Jazigos da Recoleta
Dizem que o Cemitério da Recoleta é considerado o metro quadrado mais caro do mercado imobiliário argentino (mesmo porque ali não há mais espaços para serem vendidos), acrescido pelo fato que esse museu a céu aberto reúne verdadeiras obras de arte, de autoria de renomados artistas plásticos do país e do exterior, entre os quais, Luis Periotti, Renee Sargent, José Fioravanti e Antonin Mercie.
Entre as personalidades políticas sepultadas no Cemitério da Recoleta está o ex-presidente Raúl Alfonsín (1927-2009), o primeiro mandatário civil eleito após sucessivos governos militares, e o advogado e jornalista José C. Campos, fundador do diário La Prensa, um dos mais influentes da Argentina, no século 20 e ainda em atividade.
Em estilo neoclassista, o Cemitério da Recoleta foi inaugurado em 1822. Com o impulso do desenvolvimento econômico da Argentina no Século 19 passou a ser escolhido para servir de última morada para o segmentos mais abastados da sociedade argentina.
São cerca de seis hectares de área, em forma de ruelas planejadas para serem como uma cidade. É um museu a céu aberto, repleto de obras de arte e história.
A maior parte dos visitantes do Cemitério da Recoleta, vindos de vários países, são atraídos pelo lugar onde está sepultada a ex-primeira dama Eva Duarte de Péron, Evita, considerada quase uma santa pelos argentinos.
No Cemitério da Recoleta também estão os restos mortais do escritor Adolfo Bioy Casares (1914-1999), amigo e co-autor de obras com outro consagrado escritor, Jorge Luis Borges.
Casares é autor de contos e romances como La Invención de Morel (1940), sua obra mais famosa (publicada aqui pela editora Cosac Naify também em HQ, em 2006), e de Unos dias en el Brasil.
Esta última, editada postumamente em 2010, é um diário de viagens sobre a sua visita a São Paulo em 1960, para participar de um congresso de escritores.
Casares também conheceu Brasília, a nova Capital Federal. Ele detestou a visita porque disse que a distância entre um local e outro era muito grande. Assim como Borges, o escritor foi um dos maiores representantes da Literatura Fantástica.
O livro La Invención de Morel serviu de trama para o filme O Ano Passado em Mariembad, de Alain Resnais.
Também estão sepultados no Cemitério da Recoleta, o escritor José Hernandez (1834-1886), autor do poema épico Martín Fierro, considerado o livro pátrio da Argentina, e a escritora, editora e intelectual Victoria Ocampo (1891-1979), autora de vários ensaios, e que foi presa política por se opor ao regime peronista.
O Cemitério da Recoleta, Calle Junin 1760, está aberto diariamente para visitas públicas ou monitoradas (há uma visita grátis todos os dias às 15h), que você ir por sua iniciativa ou agendar com representantes de agências de turismo, encontrados nos hotéis.
Para ir ao local há uma grande linha de ônibus à disposição: 17, 61, 62, 67, 92, 93, 10, 37, 38, 41, 59, 60, 95, 101, 102, 108, 118, 124, 130.
Se preferir ir à pé, parta da Praça San Martin e aproveite para conhecer a Rua La Florida, caminhe pela Avenida del Libertador, por 10 quarteirões.