Na Bélgica é difícil evitar o pecado da gula. O que dizer de um país que reverencia como seu prato número um a batata frita ou as fries belgian ou frites, como são conhecidas?
As batatas fritas belgas são consideradas as melhores do mundo porque são fritas duas vezes em óleo de altíssima qualidade para adquirir um aspecto dourado e ficar bem crocantes, ou, como os belgas de Bruxelas falam, croustillantes. Cebolas douradas também podem vir nas fritas.
Muitas barracas estão pelas ruas de Bruxelas e de outras cidades do interior. As fritas são servidas sozinhas, acompanhada de maionese ou de outras iguarias. Em holandês elas são chamadas frietjes.
O segundo prato nacional é as moules-marinièries, os mexilhões cozidos no vapor até se abrirem, deliciosamente refogados no vinho branco e temperados com salsinha, cebolinha e cebola. São servidas em pequenas porções ou em baldes. E adivinhe qual o acompanhamento que vem junto aos mexilhões? A batata-frita, claro!
Essa dupla é infalível e tem um nome para a parceria. São as moules-frites.
Os frutos do mar são muito apreciados na Bélgica, então ostras cruas e vieiras cozidas são achadas com facilidade em todo país. Se quiser um combinado de tudo isso, uma bandeja de frutos do mar, peça a plateau de fruits de mer.
Peixes são bem apreciados também no país do personagem Tin-Tin, principalmente os peixes provenientes do Mar do Norte, como bacalhau, badejo, linguado e arraia, principalmente em Bruges, mais próxima ao litoral.
Os belgas são um povo que gosta muito de carne a ponto de comer quase cru na forma de steak américain. Carnes de caça também são apreciadas, já que eles descendem dos gauleses, principalmente as carnes de faisão, javali, marreco e lebre. Os cozidos são o ponto alto dessa culinária e são feitos na cerveja e servidos com… , adivinhe? Batata-frita e maionese.
Aliás, cozinhar na cerveja é uma modalidade da gastronomia belga. Os pratos de carne são cozidos na cerveja e chamados de carbonnades flamandes ou vlaamse stoverij, em holandês.
No setor das hortaliças, a grande contribuição gastronômica belga é a endívia. A hortaliça foi uma adaptação de um jardineiro de Bruxelas, que descobriu em 1840 que ao plantar a chicória no inverno ela produzia brotos suculentos. Quando consumidos crus, eles tinham um sabor doce e, cozidos, acentuava-se um leve toque amargo. As endívias acompanham muitos pratos ou são servidas gratinadas, as chicon au gratin. Se for para as cidades onde se fala o holandês o termo para endívias é witloof.
Além das delícias salgadas, a Bélgica é o país dos doces. Os waffles são uma tradição belga, por excelência. O país cheira a waffle. Em qualquer rua, de qualquer cidade belga, existe uma carrocinha de waffles, o gaufres ou wafels.
Em Bruxelas, o waffles são apreciados crocantes e polvilhados com açúcar. Já em outras cidades, como Bruges, eles vêm cremosos e recheados com mais delícias, como morangos, chocolates, chantilly.
Doces variados e produtos de confeitaria de altíssima qualidade são encontrados em cada esquina do país. Doces feitos com frutas frescas, chocolate, massa folhada, açúcar de confeiteiro são o ponto alto da confeitaria. Doces como profiteroles e macarrons são também apreciadíssimos.
Enfim, o produto nacional da Bélgica, o chocolate. Um dos melhores chocolates do mundo com chocolatiers em sofisticadas lojas ou pequenos negócios familiares.
Para começar, a Bélgica é o país da Godiva, considerado melhor chocolate do mundo. Outras marcas também são muito apreciadas, como a Pierre Marcolini, Leonidas, Neuhaus e Corné.
Outras marcas com lojas são Wittamer, Comé Toison d’Or e Mary.
A Neuhaus foi a criadora da linha pralinê: as populares e deliciosas castanhas cobertas com chocolate, belga é claro.
Na Bélgica, esculpir um diamante ou um chocolate é coisa para especialistas.
O chocolate belga é conhecido como o melhor do mundo pois os seus fabricantes utilizam em seus produtos cacau de alta qualidade e muita manteiga de cacau.
Chocolates recheados são produzidos em largas escala na Bélgica, assim podem ser vendidos a preços razoáveis, sem perder sua incrível qualidade.
Nas áreas onde se fala holandês (em algumas regiões, também se fala o francês), outros tipos de doces também fazem a alegria dos olhos e do estômago.
Studentenhaver é um docinho feito de aveia com nozes, castanha de caju, avelãs e amêndoas, cobertos com chocolate. Orangetten são deliciosas casquinhas fininhas de laranja cobertas de chocolate belga. Kogeltruffels são trufas de sabores variados.
Chocolade zeevruchten são deliciosos chocolates em formato de animais marinhos, com um toque de amêndoa e mesclas de chocolates brancos e negros.
Outras delícias são os prailinés, as castanhas caramelizadas, os nougats, que aqui conhecemos mais como torrones, e os marzipãs – a pasta feita de amêndoas moídas, açúcar e claras de ovo, com diversos sabores adicionados.
Doces são vendidos na rua e uma ótima opção para uma refeição rápida e barata. Nas ruas de Bruxelas, um waffle mais simples, açucarado, custa 2 ¢. Já em Bruges, o waffle local, cheio de delícias, custa de 3 ¢ a 6 ¢.
Bolinhos ingleses, biscoitos e hot chocolate belgian estão presente nas cafeterias belgas.
Outra opção para poupar na sua viagem são as lojas que servem comidinha fria e rápida, como sanduíches embalados, doces, macarrão e saladinhas.
Ou então a dica é ir se deliciando de loja em loja, chocolatier em chocolatier, para beliscar tudo que tem direito.
A Bélgica é assim, um verdadeiro pecado da gula.