A Vila de Trancoso, no sul da Bahia, foi um dos pontos turísticos brasileiros mais badalados do verão de 2018. Conheça um pouco mais de uma das vilas mais fantásticas do Brasil.
Celebridades nacionais e internacionais vieram desfrutar das lindas e limpas praias da região, se deliciar com o tempero da comida baiana, apreciar a beleza das paisagens e da hospitalidade característica do povo da região.
Você não vai se arrepender se fizer de Trancoso o destino de suas próximas férias. As praias são realmente muito belas, com altos coqueiros, verde vegetação e rios que desaguam no Atlântico, como o Rio do Frade, onde Cabral e esquadra desembarcaram em 1.500.
Um dos destaques é a gentileza com que os baianos tratam o turista e isso é uma característica que só acrescenta positivamente ao turismo da região, embora exista outra que repercuta negativamente que é a precariedade do acesso a algumas praias.
Podem argumentar que o mau estado das estradas contribui para manter impecável a característica selvagem dos destinos, mas discordo. O melhor acesso contribuiria para elevar o desenvolvimento regional e elevar o potencial turístico, já que beleza natural não falta. Basta conservar a natureza.
Para chegar a Trancoso, saímos do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, rumo ao Aeroporto Internacional de Porto Seguro, onde fomos retirar o automóvel que alugamos. De Porto Seguro, atravessamos de balsa para Arraial d´Ajuda, que como Trancoso, é subdistrito de Porto Seguro.
Apesar de janeiro, plena temporada de verão, tivemos sorte de fazer a travessia sem filas. De Arraial d´Ajuda seguimos para Trancoso, distante 37,1 km, em estrada pavimentada de mão dupla, com poucos pontos de ultrapassagem, mas em boas condições de asfalto.
Em muitos trechos, a vegetação, incluindo parte da Reserva Nacional de Pau Brasil, parece querer invadir a pista e disputar o espaço com os automóveis. É um visual muito gostoso de observar e enche os olhos de quem, como nós, está acostumado a ver apenas o concreto de cidades como São Paulo.
Chegamos à Trancoso no final da tarde, deixamos a bagagem e o carro na Pousada Villa Bahia, onde nos hospedamos, e fomos a pé para o Quadrado, para visitar o lugar que deu origem à vila e que de casas simples agora abriga algumas das pousadas mais sofisticadas de Trancoso, restaurantes, galerias de arte e artesanato. No Quadrado está a Igreja de São João Batista, construída pelos jesuítas, no Século XVII.
Dois mastros de madeira decoram a frente da Igreja e são trocados duas vezes ao ano por ocasião das festividades em homenagem aos santos padroeiros de Trancoso: São Braz e São Sebastião (em 20 de janeiro). Lamentavelmente, partimos um dia antes da Festa de São Braz, que aconteceu em 3 de fevereiro.
Mas passamos dez dias maravilhosos em Trancoso, nos revezando entre algumas de suas praias. As mais próximas são a Praia dos Nativos e a Praia dos Coqueiros. Dos fundos da Igreja, é possível ter uma bela vista da primeira. A visão dos rios formando piscinas naturais na maré vazia é algo de sensacional.
A Praia dos Coqueiros é praticamente vizinha. Aliás o destaque dessas e de outras praias dessa região sul do litoral baiano é a presença dos rios em todas elas. Elas fazem uma composição das mais agradáveis. Aí vai do gosto do freguês: há gente que prefere passar o dia nas barracas de praia. Nós preferimos nos ajeitar embaixo de uma frondosa árvore, próximo a uma pequena barraca que comercializa água de coco e refrigerantes. Vadão, o dono, apesar do nome tonitruante, é gente fina e uma simpatia.
Aqui vai um conselho: se você é do tipo econômico como nós pense em levar um reservatório térmico com bebidas e alguma coisa para comer. Os preços cobrados nas praias estão muito inflacionados e assim é possível economizar algum para compras de artesanato local e indígena, que são muito bonitos.
Algumas barracas cobram consumação mínima para usar as instalações e quase todas dizem não cobrar nada se a pessoa se comprometer a almoçar no local.
Outra praia que fez parte de nosso roteiro é a Praia do Espelho. O percurso – 24 km no total – é feito em trechos de estrada de asfalto e outros de terra batida, que castiga os veículos e parece interminável. Se vale a pena o sacrifício? Com certeza. Mesmo com as dificuldades, havia bastante gente na praia e muita animação.
A comunidade de Caraívas nos agradou muito. Na mesma direção da Praia dos Espelhos só que mais adiante ainda (37 km de Trancoso), é preciso deixar o carro e atravessar o rio do mesmo nome com a ajuda de um barco a remos. O caminho até o estacionamento também é percorrido em estrada de terra.
É uma vila muito charmosa, repleta de lojinhas de artesanato, com índios Pataxós, que também estão por todos os lados da Costa do Descobrimento e mais presentes ali devido a proximidade de uma das aldeias, que segundo um deles, reúne mais de 800 famílias. Há muitas pousadas em Caraívas e é uma ótima opção a se pensar para passar alguns dias.
