As salas do Alto Renascimento no National Gallery de Londres são incríveis e apenas uma parte do maravilhoso acervo do museu.
Essa ala vai do período de 1500 à 1600, abrange obras de países como a Itália, Países Baixos e Alemanha. Além de Rafael, Michelangelo e Leonardo, outros pintores do Alto Renascimento estão presentes excelentes pintores das escolas flamengas, alemãs e holandesas.
– Sala 3 – Early Italian Renaissance Altarpieces (retábulos da Renascença italiana para altares)
Artistas: Domenico Beccafumi, Boccaccio Boccaccino, Lorenzo Costa, Francesco Francia, Gaudenzio Ferrari, Gerolamo Giovenon, Moretto da Brescia, Girolamo Romanino, Francesco Zaganelli.
Esses objetos forneciam altares nas igrejas e foram criados para um contexto sagrado específico, formando o foco da devoção pelos adoradores. Os retábulos possuem diferentes formas, estilos e tipos, além de sua estrutura física.
– Sala 4 – pintores alemães do Alto Renascimento
Artistas: Hans Holbein, Albrecht Altdorfer, Lucas Cranach, Hans von Aachen, Hans Baldung Grien, Wolf Hube, Nicolas de Neufchâtel, Jakob Seisenegger, Bartholomaeus Spranger e Hans Wertinger.
A Reforma Protestante, a partir da década de 1520, a reduziu a demanda por pintura religiosa em algumas partes da Alemanha e da Suíça. Ocorreram destruição violenta de obras religiosas na Basileia, em 1529. Hans Holbein, um dos maiores pintores retornou à corte de Henrique VIII, em Londres, onde ele passou a produzir retratos habilidosos.
Artistas da corte pintavam quadros com figuras nuas baseadas na mitologia clássica. Hans von Aachenm, no século 16, foi pintor do imperador Rudolph II, em Praga. Albrecht Altdorfer representava paisagens, como parte de pinturas de cunho religioso. Lucas Cranach, trabalhou para os eleitores protestantes da Saxônia, no sul da Alemanha.
O destaque da sala é o quadro de Hans Holbein – The Ambassadors, de 1533. A obra mostra homens instruídos com livros e instrumentos. Detalhes como os objetos na prateleira superior, que incluem um globo celestial, um relógio de sol portátil e vários outros instrumentos usados para medir o tempo e entender os céus.
Na prateleira mais baixa, observamos um alaúde, um livro de hinos, um livro de aritmética e um globo terrestre, que mostram o conhecimento e a cultura dos retratados. Historiadores de Arte interpretam esses detalhes como referências às divisões religiosas contemporâneas. Outro exemplo é a imagem distorcida de um crânio, em um primeiro plano, símbolo de mortalidade. Quando visto de outro ponto (à direita) da imagem, a distorção é corrigida.
– Sala 5 – pintores holandeses do Alto Renascimento
Artistas: Hieronymus Bosch, Gerard David, Quinten Massys, Jan de Beer, Albert Cornelis, Cornelis Engebrechts, Marinus van Reymerswale e Joachim Patinir
O mundo sinistro e fantástico do pintor holandês Hieronymus Bosch demonstra todo seu domínio da pintura, que contrastam com obras de devoção, diferenciadas das obras de seus contemporâneos do norte da Holanda.
Quinten Massys foi o principal pintor de Antuérpia onde produziu desde retratos e quadros de devoção, mas se notabilizou por suas obras satíricas, como ”An Old Woman” ou “The Ugly Duchess” (1513), em que o feio e grotesco são oferecidos para o horror ou diversão. Acredita-se que o pintor satirizava mulheres idosas que desejavam ficar eternamente jovens.
Two Tax-Gatherers, de Marinus van Reymerswale e The Adoração dos Reis, de Mabuse (1515)
Two Tax-Gatherers é uma obra de Marinus van Reymerswale, sobre um homem escrevendo uma lista de impostos sobre itens como vinho, cerveja e peixe, que foram coletados. A pintura é uma sátira à cobiça.
– Sala 6 – Tiziano e outros pintores de Veneza, entre 1500 a 1575
Artistas: Tiziano, Giorgione, Palma Vecchio, Andrea Schiavone e Sebastiano del Piombo
A pintura veneziana foi transformada por uma nova geração de jovens artistas, entre eles Giorgione e Tiziano, na primeira década do século XVI onde utilizavam em suas obras luz natural na paisagem e figuras. Infelizmente minhas fotos não ficaram das melhores.
Diana e Callisto, (1540) e Diana e o Aldeão, ambos de Tiziano ( 1540)
Na década de 1540, Tiziano se tornou o pintor mais procurado em toda a Europa. Ele produziu obras para as famílias nobres de Veneza e também para Filipe II da Espanha, então o monarca mais poderoso do mundo.
– Sala 8 – Pinturas italianas Michelangelo e Raphael
Obras de Michelangelo Buonarotti, Raphael, Bronzino, Parmigianino, Federico Barocci, Fra Bartolommeo, Correggio, Rosso Fiorentino, Andrea del Sarto, Sebastiano del Piombo, Franciabigio e Niccolò dell’Abate.
Manchester Madonna e Emtombament – Sepultamento de Cristo, Michelangelo (1501), raras pinturas de Michelangelo
De 1505 e 1508, Michelangelo e Raphael estavam trabalhando em Roma para o Papa Júlio II e seu sucessor Leão X. A rivalidade dos artistas era conhecida. Michelangelo pintava A Capela Sistina e Raphael as Stanza Raphaello. Michelangelo ajudou Sebastiano del Piombo a produzir um retábulo chamado de Levantando Lazarus, um retábulo produzido em competição com Rafael, destinado à Catedral de Narbonne na França.
Retrato de Júlio II, de Raphael e Madonna com St Jerônimo e Santo Antonio de Padua, de Lorenzo Lotto (1521)
– Sala 9 e 11 – Veneza de 1530 a 1600
Obras de Paolo Veronese, Jacopo Tintoretto, Tiziano, Jacopo Bassano, Paris Bordone, Giovanni Girolamo Savoldo.
Além de Tiziano, de Jacopo Tintoretto, Paolo Veronese e Jacopo Bassano eram famosos em Veneza e outros lugares da Europa.
Consagração de St. Nicholas (1562), de Paolo Veronese e Retrato de Vincenzo Morosini (1575), de Jacopo Tintoretto
Veronese era famoso pelo uso de cores harmoniosas e brilhantes. Tintoretto foi muito criticado por seus contemporâneos, devido suas pinceladas rápidas, que davam a suas obras um aspecto inacabado.
Jacopo Bassano era procurado devido suas representações de temas bíblicos, ambientes rústicos e representações da vida rural.
Christ driving the Traders from the Temple, El Greco (1600)
O Centro de Arte Veneziana do National Gallery foi estabelecido em colaboração com as Galerias Nacionais da Escócia, para consolidar a pesquisa existente sobre esse tema, atualmente em andamento no museu e criando vínculos com outros pesquisadores para reunir trabalhos de outros museus, galerias e universidades nessa área.
– Sala 7 e 10 – Pinturas sobre o Velho Testamento, entre 1500 a 1575 e Ferrara e Bologna
Obras de Bacchiacca, Girolamo Macchietti, Giovanni Battista Naldini e Pontormo, Lorenzo Costa, Dosso Dossi, Francesco Francia, Garofalo, Girolamo da Carpi, Ludovico Mazzolino e Ortolano.
– Sala 11 – As Quatro Alegorias do Amor de Paolo Veronese
Happy Union e Respect, das Quatro Alegorias do Amor de Paolo Veronese
A Alegoria do Amor é uma série de quatro pinturas de Paolo Veronese, produzidas por volta de 1570 como pinturas no teto.
Desprezo e Infidelidade completam as Quatro Alegorias do Amor de Paolo Veronese
Alguns especialistas estabeleceram que eles foram comissionados por Rudolph II, Sacro Imperador Romano (1552-1612) para o Castelo de Praga.
– Sala 12 – Retratos do Norte da Itália, de 1510–1580
– Sala 14 – Holandeses
Obras de Pieter Aertsen, Joachim Beuckelaer, Jan Gossaert, Marten van Heemskerck, Catharina van Hemessen e Lucas van Leyden.
– Sala 15 – Claude e Turner
A Galeria Nacional de Arte possui uma das melhores coleções de arte holandesa do mundo, mas seu caráter distinto reflete as atitudes dos fundadores da Galeria, quando abriu suas portas ao público em 17 de março de 1941, foi em grande parte através da generosidade e previsão de Andrew W. Mellon (1855–1937).
– Sala 16 – Dutch Interiors
Obras de Johannes Vermeer, Jan Steen, Gerard ter Borch, Quiringh van Brekelenkam, Gerrit Dou, Carel Fabritius, Pieter de Hooch, Frans van Mieris the Elder, Caspar Netscher, Pieter Saenredam e Godfried Schalcken.
A Young Woman seated at a virginal about 1670-2 e A Young Woman seated at a Virginal about 1670-2, Johannes Vermmer
Apesar da grande nação que a Holanda era, seus pintores gostavam de retratar a vida cotidiana do país. Johannes Vermeer, Pieter de Hooch e Gerard ter Borch estão entre os muitos artistas que pintaram cenas de homens e mulheres elegantes relaxando, fazendo música ou cuidando de tarefas domésticas.
– Sala 17, 17a, 19, 23 e 24 – Flamengos do século 17 e paisagens e retratos de pintores holandeses
Obras de Jan Brueghel, o Velho e Joos de Momper, o Jovem, entre outros.
– Salas 18, 20 e 21 – Peter Paul Rubens e Anthony van Dyck
Peter Paul Rubens, o mais célebre pintor flamengo da arte ocidental. O pintor cresceu na Antuérpia, mas era filho de pais que haviam fugido da Alemanha por causa de suas crenças protestantes. Rubens posteriormente se converteu ao catolicismo pois era muito requisitado pela beleza das suas obras.
Van Dyck entrou no estúdio de Rubens para auxiliar seu mestre nos temas bíblicos e mitológicos, mas Van Dyck se tornou conhecido pela graça dos seus retratos.
– Sala 21 – Rembrandt van Rijs
À esquerda Portrait of Aechje Claesdr (1634) , e à direita o Self Portrait at the Age of 34 (1640), de Rembrandt van Rijn
À esquerda Retrato de Hendrickje Stoffels (1654) e à direita Saskia van Uylenburgh in Arcadian Costume (1635), de Rembrandt van Rijn
Rembrandt van Rijn aspirava a ser um pintor de temas bíblicos e mitológicos, que eram mais respeitados que os pintores de retratos, mas tornou-se o maior pintor da sua época com as obras chamadas ‘tronies’ ele estudou expressões faciais e tentava imprimir o caráter do modelo na pintura.
À direita, a pintura que poderia ser da esposa do pintor, Hendrickje Stoffels A Woman bathing in a Stream – (1654) e à esquerda, Anna and the Blind Tobit (1630), ambos de Rembrandt
Rembrandt pintou também uma grande número de obras em que se autorretratava em mais de 40 pinturas.
– Sala 29 e 40 – pintores franceses de 1600–1800
Obras de Jean-Baptiste, Camille Corot, Eugène Delacroix e Jean-Auguste Dominique Ingres, entre outros.
Retrato de Doña Isabel de Porcel (1780), de Francisco de Goya y Lucientes e Felipe IV – Brown and Silver (1630), de Diego Velasquez
– Sala 30 e 39 – pintores espanhóis de 1600–1700
Obras de Bartolomé Esteban Murillo, Diego Velázquez, Francisco de Zurbarán e Goya e Lucientes.
– Salas 31 e Central Hall – pintores italianos do século 17 – Barroco
Ótima sala com obras de Michelangelo Merisi da Caravaggio, Pietro da Cortona, Carlo Dolci, Orazio Gentileschi, Guercino e Guido Reni.
As super obras do maior pintor barroco, Caravaggio.
Em relação à pintura e escultura, o barroco é usado em vários sentidos, mas talvez seja mais útil descrever grandes obras, geralmente do século XVII, de natureza dramática e exuberante, que empregam composições diagonais e efeitos ilusionistas para impressionar o espectador.
The Samian Sibyl with a Putto, de Guercino (à direita) e Susanna e os Anciões, de Guido Reni
Loth e suas Filhas Fugindo de Sodoma (à esquerda) e A Adoração dos Magos (à direita), de Guido Reni
– Salas 34, 35 e 36 – obras de pintores da Grã- Bretanha
Pintores ingleses como Thomas Gainsborough, Willian Turner, William Hogarth e Thomas Lawrence, entre outros.
– Salas 41 a 46 – pintores impressionistas
Paul Cézanne, Claude Monet, Henry Matisse, Paul Gauguin, Degas, Renoir e Edouard Manet.
Os impressionistas eram um grupo vagamente associado de artistas que trabalhavam em Paris e nos seus arredores no final do século XIX.
Seu trabalho incorpora pinceladas visíveis de cores brilhantes, com ênfase na luz em suas qualidades variáveis e assuntos contemporâneos.
Os trabalhos eram em telas de pequena escala e eram pintados principalmente no exterior (en plein-air). A combinação de pequenas telas portáteis e a introdução, na década de 1840, de tubos de tinta pré-misturados tornaram muito mais fácil para os artistas levar o trabalho para fora do estúdio e literalmente para os campos.
Ingresso: gratuito
Horários: abre todos os dias 11h às 16h, às sextas fecha às 21h
Endereço: Trafalgar Square – Charing Cross – Londres
Estações de Metrô próximas: Charing Cross Station (linha preta).