Buenos Aires é uma das cidades com maior número de livrarias per capita. Foi eleita pela Unesco como a Capital Mundial do Livro, em 2011. O título se deve ao compromisso do país com a promoção do livro e a leitura. Hoje, a mais linda livraria de Buenos Aires completa 20 anos, El Ateneo. |
Livraria El Ateneo |
Parte do acervo de 120 mil livros da El Ateneo |
Livros para todas as idades |
Bar da livraria |
Mas é importante ressalvar que nós, latino-americanos, não somos muito propensos a ler: somente 41% de nós costumamos ler com alguma frequência (de uma vez ao mês a uma vez ao ano), mais pela necessidade do que pelo prazer (dados do Centro Regional para o Fomento do Livro na América Latina e Caribe).
Ainda assim, os argentinos (55%) são os que mais leem na América do Sul.
Bar da livraria |
Quem gosta de literatura vai se encantar com a quantidade e a qualidade das livrarias de Buenos Aires. Dá para notar isso quando se caminha pelas ruas da cidade. É fácil de achar uma livraria pelo caminho ou iniciativas como feiras de livro. A maior de todas, a Feira Internacional do Livro de Buenos Aires , criada em 1975, realizada todos os anos em abril, atrai cerca de um milhão de frequentadores, contra os 700 que vão à Bienal Internacional do Livro de São Paulo. É considerada a maior feira do livro de língua hispânica e uma das cinco melhores do mundo.
Livro sobre filosofia, na El Ateneo |
Afresco da Cúpula da livraria El Ateneo |
A Livraria El Ateneo, localizada na Avenida Santa Fé, 1860, é tida como a segunda livraria mais bonita do mundo, de acordo o jornal londrino The Gardian. Instalada no antigo Teatro El Ateneo Grand Splendid, inaugurado em 1919 e palco de grandes artistas do tango como Carlos Gardel, ela só perde em beleza para a Selexyz Dominicanen Boekhandel, da cidade de Maastricht, Holanda. A El Ateneo tem um acervo de 120 mil livros. Recebe 3 mil pessoas por dia e vende mais de 700 mil livros por ano. O interior conserva o palco, frisas e galerias do teatro. O afresco da cúpula foi pintado por Nazareno Orlandi, em homenagem ao fim da 1a. Guerra.
Jorge Luis Borges |
Caricaturas e fotos de Borges |
Exposição sobre Borges no Centro Cultural Néstor Kirchner |
Fotos de Borges em exposição no Centro Cultural Néstor Kirchner
Escritores argentinosArgentina revelou ótimos escritores como Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, e Adolfo Bioy Casares. Borges (1899-1986) foi um dos grandes nomes da literatura internacional e um prodígio que escreveu o seu primeiro conto La Visera Fatal, baseado em D. Quixote de Cervantes, aos oito anos. Aos nove anos traduziu do inglês O Príncipe Feliz de Oscar Wilde. Foi autor de poesias, contos e ensaios. Em 1961, recebeu o prêmio internacional de literatura Formentor, que compartilhou com o dramaturgo Samuel Beckett. Formentor é o nome de um hotel na Ilha de Maiorca ao Leste da Espanha. Seus proprietários colaboraram na organização do prêmio literário, de grande projeção entre os anos de 1961 e 1967. Outros prêmios e títulos foram concedidos a Borges na Itália, França, Inglaterra e Espanha.
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Exposição sobre Borges |
Foto de Jorge Luis Borges e Adolfo Bioy Casares, em vitrine da Livraria Casares |
Livraria Casares, com foto três gigantes da literatura: Borges, Cortázar e Casares |
Café London City, Buenos Aires, frequentado por Cortázar |
Cortázar teria escrito aqui seu romance Los Premios, na década de 1970 |
Outro grande nome da literatura argentina e universal, Julio Cortázar (1914-1984) foi escritor e professor de literatura na Argentina. Em 1951, aos 37 anos, por divergência política fixou residência em Paris, onde permaneceu até morrer. Foi considerado um mestre do conto curto e da prosa poética, comparável ao próprio Borges e a Edgar Alan Poe. Sua obra mais famosa é O Jogo da Amarelinha. No livro, o leitor é orientado pelo autor a interpretar a obra. Cortázar inspirou vários cineastas, como Michelangelo Antonioni, que se inspirou em seu livro As babas do diabo para fazer Blow Up – Depois daquele beijo (veja trailler do filme), estrelado por David Hemmings e Vanessa Redgrave.
Ícone da literatura argentina, José Hérnandes é o autor de Martín Fierro, considerado um Clássico Nacional pelos argentinos. O romance conta a saga de um gaúcho forçado a servir o exército. Ele deserta e ao regressar encontra sua casa destruída e a família assassinada e torna-se um fora da lei. A particularidade da obra é a sua escrita na característica da fala gaúcha e não no espanhol em sua forma culta.