Florença transformou a cultura européia no século XIV com sua república mercantil, com a poesia de Dante e Petrarca e com o Decameron de Boccaccio. Os anos entre 1290 e 1300, testemunharam sua transformação de pintura de ícones e imagens de um reino sagrado, em imagens que tentaram dar às figuras da história sagrada uma dimensão mais humana.
O Nascimento da Pintura Italiana
A figura central dessa mudança foi o pintor e arquiteto florentino Giotto di Bondone, nascido em Vicchio no ano de 1267. Giotto foi discípulo de Cimabue, o último mestre a seguir a pintura bizantina, cujo nome foi mencionado no Purgatório da Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Devido ao alto grau de inovação de seu trabalho, considerado o introdutor da perspectiva na pintura da época, Giotto é considerado por Giovanni Boccaccio como o precursor da pintura renascentista e considerado o elo entre o renascimento, a pintura medieval e bizantina.
“Giotto trouxe à luz uma arte perdida há séculos pelo erro daqueles que pintavam para satisfazer os olhos dos ignorantes, em vez dos olhos dos sábios.” A arte perdida durante séculos foi a da Grécia e Roma antigas, cujas realizações foram revalorizadas.
Giotto dominou o período com suas figuras construídas sob o domínio do espaço pictórico. A transformação pode ser apreciada na galeria 602, comparando Madonna e Child, de estilo bizantino, de Berlinghiero (1230) com a Epifania de Giotto, um século depois.
Epifánio foi feiro pelo pintor para o altar da Capela Peruzzi na Igreja Santa Croce, em Florença ou para a ampliação da Capela Bardi, na mesma igreja, e foi adquirido pelo MET em 1911.
Madonnas carinhosas, santos rudes e pinturas narrativas dramáticas possuem uma nova humanidade em relação a suas contrapartes na arte medieval. Os fundos dourados, herdados da época anterior, teriam ganhado vida quando vistos à luz de velas.
Belas obras do inicio da Renascença
As transformações na pintura refletiram uma nova paisagem cultural que era urbana e não rural. Novas ordens religiosas – acima de tudo, franciscanos e dominicanos – ministraram a essa nova sociedade e encomendaram grandes obras de arte.
Juntamente com Giotto em Florença, Duccio em Siena foi um dos fundadores da pintura europeia, mas o estilo do artista era mais voltado para a exploração de um reino de terna emoção e cores refinadas. Duccio explorava uma gama emocional mais delicada e estava aberto à influência dos góticos franceses.
Saint Matthias e Saint Andrew, de Simone Martini
Simone Martini outro artista de Siena e pupilo de Ducio, possuía um trabalho que combinava a observação naturalista com detalhes elaborados, o que o levou a seguir a corte papal até Avignon, e assim ampliou a influência de Duccio em toda a Europa.
Santa Catarina de Alexandria (à esquerda) e A Crucificação (à direita) de Pietro Lorenzetti
Na arte de Siena, há uma tensão persistente entre o racional e o irracional, o belo e o grotesco, a ternura e a violência, tornando a apreciação pela pintura de Siena esteja intimamente ligada ao advento do modernismo: Giovanni di Paolo foi visto como um precursor dos surrealistas do século XX.
Santo Antonio de Pádua, de Baso di Manco (à esquerda) e Madonna and Child, de Giovanni di Tano Fei
Já Pietro Lorenzetti era um mestre do drama. Esses artistas preparam o cenário para as figuras marcantes da primeira metade do século XV: os florentinos
Abraham (à esquerda) e Moses, (à direita), de Lorenzo di Mônaco
Lorenzo Mônaco seguiu o exemplo da arte das cortes norte-europeias ao representar quatro profetas do Antigo Testamento sentados em bancos com uma intensidade grave, mas graciosa.
Noah (à esquerda) e David, (à direita), de Lorenzo di Mônaco
Os Retábulos Góticos e a Arte da Devoção
Durante séculos XIV e XV, a principal tarefa de um pintor era criar um grande retábulo de vários painéis para uma igreja ou convento.
A aparência e a estrutura variavam de acordo com a tradição local. Os retábulos estavam no centro da prática devocional da vida europeia, iluminados por velas eram o pano de fundo para a apresentação às massas, com sua beleza realçada pela música instrumental e vocal.
A arte religiosa e devocional teve como objetivo conectar os espectadores com um reino sagrado e lembrá-los daqueles que morreram por sua fé nos séculos passados.
Paolo Uccello foi um pintor florentino que fez parte do Quattrocento do Renascimento, destacando-se por sua maestria nas pinturas em perspectiva e pela impressão de relevo que deu à pintura, recorrendo para isso ao chiaroescuro.
Era obcecado pela perspectiva e passava noites tentando entender o ponto de fuga. Usava-a para criar uma sensação de profundidade em suas obras e não para narrar histórias. Paolo trabalhou na tradição do Gótico Internacional e enfatizou a cor ao invés do clássico realismo
Muitos dos painéis individuais da coleção do MET são fragmentos de retábulos.
The Crucifixion (à esquerda) e Saint Alexander (à direita), ambos de Fra Angelico
Pintura como o espelho da natureza – 1420-1480
Os artistas do século XV tentaram, de várias maneiras, replicar a experiência da visão com a perspectiva e dominando a tinta à óleo para capturar graus diferenciados de luz e sombra, com todas as gradações de cores.
A Madonna e criança entronizadas com dois anjos (à esquerda) e Virgem da Natividade (à direita), de Fra Filippo Lippi
A pintura era vista competindo com a poesia em sua capacidade descritiva e capacidade de descrever emoções. Isso colocou desafios particulares no retrato, que só foram totalmente realizados no século XVI.
St. Agostinho e S. Francisco, Bispo Santo e S. Bento (à esquerda) e S. Lourenço Entronizado com Santos e Doadores (à direita), de Fra Filippo Lippi
Os artistas tentavam dominar o mundo das aparências e buscavam meios de criar um estilo individual que para expressar sua arte.
Os contemporâneos admiravam a capacidade do pintor flamengo Rogier van der Weyden de representar em suas telas uma variedade de sentimentos e paixões, enquanto os quadros de Botticelli possuíam um ar viril, os de Fillipo Lippi eram considerados “mais doces” e os de Perugino eram considerado angelicais.
Madonna and Child (à esquerda) e Portrait of a Woman with a Man at a Casement (à direita), de Fra Filippo Lippi
O Retrato de uma Mulher com uma Homem na Janela, de Fra Filippo Lippi está obra tem uma importância no acervo do museu e no mundo da pintura, pois é um dos primeiros exemplos de um retrato duplo e o mais antigo retrato italiano feiro num interior.
A representação de perfil inspira-se nas efígies dos imperadores romanos impressas nas moedas e medalhas. O retrato foi provavelmente pintado para o noivado entre Lorenzo Scolari com Angiola di Bernardo Sapiti. Os ricos trajes bordados da noiva, com um toucado na cabeça, pérolas e jóias, com uma paisagem ao fundo, remetem às pinturas flamengas.
The Resurrection, de Perugino
Piero di Cósimo possui três obras dedicadas a cenas de caça que representam a vida do homem primitivo, antes da descoberta do fogo, quando ainda não existiam utensílios de metal. O MET possui dois painéis dos três pintados por Piero di Cósimo. Um observa a caça dos primeiros seres humanos, o outro mostra o retorno da caça em uma barca.
Cósimo inspirou-se na concepção filosófica segundo a qual a humanidade não se desenvolvera por vontade divina, mas pela evolução espontânea da espécie humana.
Neste período da vida primitiva ainda não existia uma nítida divisão entre homens e animais de um lado e entre homens e seres bestiais, retratados em sátiros e centauros, por outro. Todas as criaturas se encontram e se matam indiscriminadamente , com violência, sem se importarem com o fogo que começa no bosque.
A luta cotidiana pelo alimento e a sobrevivência lança todos contra todos. Na pintura acima, no centro para à esquerda, um leão se atira sobre um urso, que por sua vez são atacados por homens e centauros. No canto inferior, à direita, um corpo deixado no chão e totalmente ignorado frente à violência da cena.
Madonna and Child with the Young Saint John the Baptist, de Fra Bartalomeo (à esquerda) e The Young Saint John the Baptist, de Piero di Cósimo (à direita)
São João Batista, de Perugino (à esquerda) e Madonna and Child, de Andrea del Vercochio (à direita)
As rotas comerciais e os bancos internacionais ligavam o norte e o sul da Europa e significavam que os pintores italianos estavam cientes e, de fato, respondiam à conquista da pintura flamenga e holandesa. Os retratos de Memling, geralmente de italianos, eram especialmente admirados. Nativo da Sicilia, Antonello da Messina é considerado um dos introdutores das técnicas pictóricas de óleo na Itália. Supõe-se que trabalhou em Milão, por volta de 1450, para os patronos da cidade, os Sforza. Tal hipótese revela-se quase uma certeza, já que nas atas dos Sforza figuram pintores contratados, entre eles “Antonellus Sicilianus”, que se supõe ser Antonello da Messina.
Retrato de um jovem em Cristo coroado de espinhos, de Antonello da Messina
Os seus trabalhos eram muitas vezes confundidos com trabalhos de artistas flamengos, devido ao seu detalhismo e solene rigor, à harmonia dos tons e das cenas representadas, à delicadeza das cores, aspectos típicos dos “Primitivos Flamengos”, como Jan van Eyck e Rogier van der Weyden. Porém, a partir de 1460, decidiu voltar-se para a pintura italiana e notoriamente renascentista, começando a usar a perspectiva, a destacar as figuras representadas e a dar mais ênfase às cores, sendo , neste período, proeminente a influência de Piero della Francesca. sua obra influenciou muitos artistas, entre eles Petrus Christus, Lorenzo Lotto e Giovanni Bellini.
Como a maioria das salas originais onde estas obras ficam estão passando por reformas nas claraboias deixam a luz natural entrar, essas pinturas estão momentaneamente na sala 644.
Os pintores florentinos do seculo XV
Pintores florentinos do século XV, como Filippo Lippi, Domenico Ghirlandaio e Botticelli, afirmaram que suas reivindicações não eram julgadas como a dos poetas.
Francesco Sassetti and His Son Teodoro(à esquerda) e Portrait of a Man (à direita), de Domenico Ghirlandaio
Domenico Ghirlandaio foi um pintor renascentista italiano e formou toda uma geração de excelentes artistas e teve Michelangelo como um dos seus aprendizes. Em Florença trabalhou em obras no Palazzo Vecchio, e em Roma criou, para o Papa Sisto IV, um afresco para a Capela Sistina, chamado Cristo chamando Pedro, André e seus Apóstolos.
Na Toscana, as suas obras mais famosas são uma série de afrescos na capela principal, a Capela Tornabuoni, da Igreja de Santa Maria Novella (Florença) e na Capela Sassetti, na Igreja da Santa Trindade que é considerada a sua obra prima. A série de afrescos na Igreja da Santa Maria Novella retrata a vida da Virgem Maria e de São João Batista, com vários detalhes de cenas históricas, uma especialidade de Ghirlandaio.
Domenico Ghirlandaio possuía um irmão pintor Davide e seu filho, Ridolpho, que seguiu seus passos. Nenhum tão talentoso.
The Assumption of the Virgin with Saints Michael and Benedict (à esquerda) e e Madona and Child, (à direta), de Luca Signorelli
Eram contratados para pintar Madonnas, principalmente Filippino Lippi, Luca Signorelli e Fra Bartolomeo, para evocar a história do homem primitivo o pintor Piero di Cosimo era o preferido, para adornar uma igreja chamavam Fra Carnevale.
Já para residências particulares, Sandro Boticcelli era o preferido, com a Última Comunhão de São Jerônimo.
Cada um desses pintores empregou um estilo cultivado e altamente pessoal que demonstrava seu gênio criativo e sua capacidade de descrever o mundo que viam.
Veneza e norte da Itália no século XV
Como em Florença, também em Veneza e em outros lugares do norte da Itália, os pintores afirmavam ser considerados iguais aos poetas. O estilo minuciosamente descritivo da Adoração dos Pastores, de Andrea Mantegna, pintado em Pádua, representava um verdadeiro desafio para os poetas em sua variedade e poder afetivo.
Madonna and Child with Seraphim and Cherubim (à esquerda) e The Holy Family with Saint Mary Magdalen (à direita)
Mantegna nasceu perto de Vicenza e a aos onze anos começou como aprendiz de Francesco Squarcione, um pintor de Pádua, apaixonado pela arte clássica e antiga, como seu compatriota Petrarca. Mantegna foi seu pupilo favorito, tendo estudado fragmentos de esculturas romanas e também perspectiva. Enquanto o jovem prosseguia seus estudos, caiu sob a influência de Jacopo Bellini, pai dos celebrados pintores Gentile Bellini e Giovanni Bellini e da jovem Nicolosia, com quem Mantegna se casou em 1453.
Ao mesmo tempo se desentendeu com seu antigo mestre Squarcione, que o criticou, levando-o a deixar Pádua, passando o resto de sua vida entre Verona, Mântua, Roma e Veneza. Em Verona pintou uma Madona com anjos e santos para o altar da igreja de São Zeno Maior.
Madonna adorando a criança adormecida e Madonna e criança, de Giovanni Bellini
Já as figuras sagradas nas pinturas devocionais do veneziano Giovanni Bellini irradiavam uma humanidade convincente. Também chamado em Veneza de Giambellino foi o mais famoso artista de uma família de pintores de mesmo sobrenome, cunhado e amigo de Andrea Mantegna, e teve Tiziano entre seus aprendizes.
É considerado como renovador da pintura da escola veneziana, movendo-a para um estilo mais sensual e policromático, pelo uso de cores claras de lenta secagem, Bellini criou sombras detalhadas, profundidade e cores, além de fluentes e coloridas paisagens.
Também em Veneza, Vittore Carpaccio empregou seu estilo detalhado para criar imagens ricamente programadas. Carpacio foi um pintor italiano da Escola de Veneza, que estudou com Gentile Bellini. Giovanni Bellini e Antonio Vivarini, que eram chefes de um grandes ateliês em Veneza. Ele é mais conhecido por um ciclo de nove pinturas chamado A Lenda de Santa Úrsula, ou Histórias de Santa Úrsula.
A Pintura Gótica do Norte da Itália
Os centros da pintura do norte da Itália eram Milão, Veneza, Bolonha e Ferrara. Veneza à parte, a arte de cada uma dessas escolas era uma arte com detalhes naturalistas e elegância.
Muitas obras possuíam um trabalho de ourivesaria e manuscritos iluminados, dos quais as pinturas frequentemente emprestavam sua estética. Um estilo autoconsciente, modelado na complexidade predominante da descrição literária, foi altamente valorizado.
Jacopo Bellini foi um pintor italiano e um dos fundadores do Renascimento em Veneza e no norte da Itália. Sua obra se encontra no final do gótico internacional e no começo do renascimento italiano. Aluno de Gentile da Fabriano, partiu para Florença, onde conheceu os novos trabalhos de Brunelleschi, Donatello e Masaccio. Abriu uma oficina em 1424, que administrou até sua morte.
A Fuga para o Egito (à esquerda) e Retrato de um Jovem (à direita), de Cosme Tura
Còsme Tura, também conhecido como Il Cosmè ou Cosmè Tura, foi um pintor italiano do começo da Renascença e considerado um dos fundadores da Escola de Ferrara.
Pintura italiana central do alto renascimento
Ao longo do século XVI, Roma substituiu Florença como o centro da pintura, seu patrimônio cultural inspirando Michelangelo e Rafael.
Rafael pintou este retábulo por volta de 1504 para o convento franciscano de Santo Antônio, em Perugia, para uma parte da igreja reservada para as freiras, que podem ter insistido em seus detalhes conservadores, como o Menino Jesus elaboradamente vestido. Por outro lado, os santos homens pesados olham para o futuro – os trabalhos recentes de Leonardo da Vinci e Fra Bartolomeo que Rafael acabara de começar a estudar em Florença.
A harmonia clássica e a grandeza alcançadas por esses dois artistas influenciaram todos os seus contemporâneos e permaneceram um modelo o até o século XIX. Seu colega em Florença foi Andrea del Sarto, o “pintor sem erros” , segundo pintor e historiador Giorgio Vasari.
Com essa composição grandemente solene, Sarto demonstrou que ele era, de fato, “o pintor sem defeitos”, como Giorgio Vasari o considerara. Suas figuras são magistralmente desenhadas, coloridas e compostas com um ar de nobreza. Giovanni Borgherini encomendou a pintura em um momento em que Florença havia se libertado do domínio dos Médici e se declarou uma república. O jovem João Batista, santo padroeiro de Florença, passa a esfera a Cristo, indicando-o como único governante da cidade. Mas em 1532 a família Médici foi reintegrada violenta e permanentemente como governante.
Dois eventos definidores foram o Saque de Roma pelas tropas alemãs em 1527 – um trauma que reverberou por toda a Europa – e o estabelecimento definitivo em Florença de um estado principesco sob o domínio dos Médici em 1537, onde Bronzino era o principal retratista. Agnolo di Cosimo di Mariano, conhecido como il Bronzino foi um pintor italiano, importante representante do maneirismo.
Portrait of a Young Man e Cosimo I de Medici, de Bronzino
Trabalhou para a família Della Rovere, viveu sob o mecenato de Francisco Maria I, Duque de Urbino e quando Cosmo I de Médici foi governante de Florença, decidiu apelar aos principais pintores da época, dentre os quais Bronzino, que trabalhou para a família a partir de 1539. Após a realização do seu primeiro quadro, tornou-se o pintor favorito do próprio Cosme.
Em 1563 foi um dos membros fundadores da Academia do Desenho e, como seu representante, participou das homenagens póstumas a Michelangelo, neste mesmo ano. O final do século viu uma tentativa de recuperar a glória do que passou a ser visto como uma era de ouro. O estudo dos grandes mestres e da natureza foi o caminho para a grandeza.
A Escola de Veneza – a Pintura Veneziana do Século XVI
Veneza passava por um declínio como potência econômica, mas Tiziano, Veronese e Jacopo Tintoretto fizeram do século XVI uma época de ouro da pintura veneziana.
Os nus sensuais e escovados de Ticiano abriram novos caminhos. Ele se tornou o pintor preferido nas cortes da Europa e influenciou artistas até Rubens, Velázquez e Delacroix.
Vênus e Adônis (à esquerda) e Vênus e o alaúde (à direita), de Tiziano
Ticiano Vecellio ou Tiziano Vecellio foi um dos principais representantes da escola veneziana no Renacimento antecipando diversas características do Barroco e até do Modernismo. Ele também é conhecido como Tizian Vecellio De Gregorio, Tiziano, Titian ou ainda como Titien.
Muitos nomes para um dos maiores da Renascença, reconhecido pelos seus contemporâneos como “o sol entre as estrelas”, ele foi um dos mais versáteis pintores italianos, igualmente bom em retratos ou paisagens, temas mitológicos ou religiosos. Se tivesse morrido cedo, teria sido conhecido como um dos mais influentes artistas do seu tempo, mas como viveu quase um século, mudando tão drasticamente seu modo de pintar, vários críticos demoram a acreditar se tratar do mesmo artista.
Portrait of a Man (à esquerda) e Filippo Archinto, Archbishop of Milan (à direita), de Tiziano
Entre seus numerosos aprendizes, destacaram-se Paris Bordone e Bonifazio com sua excelência. Domenico Theotocopuli, melhor conhecido como El Greco, foi empregado como encarregado de fazer gravuras de suas pinturas. Ele disse que muitas vezes o próprio Ticiano gravava no cobre ou na madeira.
Marte e Vênus Unidos pelo Amor (À esquerda) e Saint Catherine of Alexandria in Prison, de Paolo Veronese
As opulentas composições de Veronese combinaram efeitos naturalistas impressionantes com grandeza e cores brilhantes, a rica paleta de pinturas venezianas deve muito aos laços comerciais da cidade com o Oriente Médio, a fonte de muitos pigmentos.
Paolo Caliari Veronese incorpora ao estilo aprendido o maneirismo, com suas complexas perspectivas e as posturas forçadas dos modelos, como as de Michelangelo.
Menino com um galgo (à esquerda) e Alessandro Vittoria (à direita), de Paolo Veronese
Quando contava cerca de 45 anos, Paolo Veronese foi chamado a dar explicações à Inquisição, que queria ele justificasse a adoção de tantas figuras disformes e vulgares em suas pinturas feitas num monastério veneziano, sendo obrigado a corrigi-las. Ao final de sua vida tinha tantas encomendas a realizar, dada a enorme quantidade de pedidos, que um irmão, dois de seus filhos e um sobrinho, tiveram que concluir as numerosas obras inacabadas, depois de sua morte. Veronese morreu no auge do sucesso como artista e bastante próspero.
Tintoretto infundiu drama sem precedentes em suas pinturas, segurando o pincel como uma caneta. Tintoretto, nome artístico de Jacopo Robusti foi um dos pintores mais radicais do maneirismo, por sua energia fenomenal em pintar, foi chamado Il Furioso, e sua dramática utilização da perspectiva e dos efeitos da luz fez dele um dos precursores do Barroco. Seu pai, Battista Comin, era tintore (tingia seda), o que lhe valeu o apelido.
Na infância, Jacopo, um pintor nato, começou a decorar as paredes da tinturaria paterna e vendo seu talento, seu pai levou-o à oficina de Ticiano, na época com mais de cinquenta anos, para aprender o ofício. Dizem que o mestre ficou pouco tempo com ele, por ter percebido o talento e a independência do menino, o que faria dele um pintor, mas não um bom aprendiz.
Tintoretto estudou então por conta própria, observando as obras dos grandes mestres. Mas continuou admirador, nunca um amigo de Ticiano, e mais tarde adotou como lema em seu estúdio a frase O desenho de Michelangelo e a cor de Ticiano.
A obra de Tintoretto era desigual, às vezes pintava muito rápido, com uma capacidade impressionante de trabalho. Seus contemporâneos diziam que Tintoretto em algumas obras era igual a Ticiano, em outras era pior que Tintoretto.
Retrato de Um Homem e outras obras de Tintoretto
Tintoretto decorou a escola adjacente à igreja de São Roque e os edifícios contém 65 memoráveis pinturas, que podem ser descritas como cenas variadas e sugestivas, com maestria e adaptadas para serem vistas a meia-luz. Adão e Eva, Visitação, Adoração dos Magos, O Massacre dos inocentes, Agonia no Horto, Cristo ante Pilatos, Cristo carregando a Cruz e Assunção da Virgem são as melhores. Paralelamente Tintoretto começou vários afrescos no Palácio Ducal, Excomunhão de Barbarrosa e Vitória de Lepanto, que foram destruídos no grande incêndio de 1577, e um retrato do duque Girolamo e várias obras menores.
O Batismo de Cristo(à esquerda), de Jacopo Bassano e Venus und Amor Anagoria (à direita), de Lorenzo Lotto
Jacopo Bassano explorou uma intensidade de expressão aparentemente moderna, adotando um estilo inacabado (não finito) em seu Batismo de Cristo e em outras obras tardias. Ao mesmo tempo, havia espaço para gênios idiossincráticos como Lorenzo Lotto – sempre imprevisíveis e sui generis.
No século XVIII, Veneza era principalmente um local de entretenimento, com prósperas casas de ópera, teatros e editoras. Turistas da Europa visitaram a cidade e voltaram para casa com obras de artistas venezianos de destaque.
Aprendiz em Veneza de Giovanni Bellini e depois de Giorgione, cujo estilo teve forte influência sobre ele, foi para Roma em 1511 chamado pelo banqueiro Agostino Chigi, e em Roma decorou com afrescos a Villa Farnesina. Passou um ano mais em Veneza e depois a vida toda em Roma.
Além de Sebastiano del Piombo, outros artistas, como Sebastiano Ricci e Jacopo Amigoni, concentraram-se em assuntos religiosos e mitológicos.
The Baptism of Christ (à esquerda) e The Holy Family with Angel (à direita), de Sebastiano Ricci
Sebastiano Ricci teve uma vida atribulada, pois quando jovem se envolveu num escândalo por ter engravidado uma moça, quando acabou sendo acusado de tentativa de assassinato para evitar o casamento. Preso, foi solto por intervenção de um nobre, provavelmente da família Pisani. Mais tarde iria casar com a jovem que engravidara, mas sua união se provaria tempestuosa.
Em 1706 viajou para Florença, onde completaria sua obra-prima, uma série de afrescos no Palazzo Fenzi. O sucesso da obra estimulou o grão-duque Ferdinando I de’ Medici a convidá-lo para decorar o Palazzo Pitti. Com essas obras sua fama se espalhou pela Europa, contribuindo para a ascensão do prestígio da escola veneziana sobre a Itália.
Roma e Nápoles no século XVIII
Em Roma, artistas atendem a ingleses e outros que fazem o Grand Tour com retratos espetaculares (os exemplos mais bonitos são de Pompeo Batoni), mitologias e pinturas. Os visitantes também podem voltar com suas memórias da Roma antiga e moderna, capturadas em telas como a dupla nesta galeria de Giovanni Paolo Panini.
Ancient Rome (à esquerda)e Modern Rome (à direita), de Giovanni Paolo Panini
Era uma era de descobertas arqueológicas e de interesse renovado no mundo antigo. Pierre Hubert Subleyras, Corrado Giaquinto e Francesco Trevisani decoravam as igrejas da cidade com retábulos e seus palácios com pinturas religiosas.
Medea Rejuvenating Aeson (à esquerda) e The Penitent Magdalen (à direita), de Corrado Giaquinto
Em Nápoles, por outro lado, Gaspare Traversi retratava cenas de gênero com correntes cômicas.
Teasing a Sleeping Girl (à esquerda) e Saint Margaret of Cortona (à direita), de Gaspare Traversi
Caravaggio, o Barroco e o Sul da Itália
Nascido perto de Bérgamo, no norte da Itália, Caravaggio treinou em Milão e mudou-se para Roma por volta de 1592.
Uma vez lá, ele reinterpretou os modelos do norte da Itália para alcançar uma nova e única abordagem do naturalismo, produzindo pinturas principalmente para clientes aristocráticos.
Michelangelo Merisi (ou Amerighi), conhecido como Caravaggio, foi um dos mais célebres pintores italianos, atuando em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. Seu trabalho exerceu influência importante no estilo barroco, do qual foi o primeiro grande representante e o mais comemorado.
Caravaggio era o nome da aldeia natal da sua família e foi escolhido como seu nome artístico. Exceto em suas primeiras obras, Caravaggio pintou fundamentalmente temas religiosos, no entanto, foram várias as vezes em que as suas pinturas feriam as susceptibilidades dos seus clientes com seus quadros.
Caravaggio em vez de adotar nas suas pinturas belas figuras etéreas, delicadas, para representar acontecimentos e personagens da Bíblia, preferia escolher gente do povo para seus modelos, como prostitutas, crianças de ruas e mendigos, que posavam como personagens para as suas obras, tornado-as incríveis e realísticas.
Caravaggio procurou a realidade palpável e concreta da representação sem qualquer receio de representar a feiura e a deformidade em cenas provocadoras, características essas que distinguem as suas obras.
Tudo isso chocou os seus contemporâneos, pela rudez das suas pinturas. Dos efeitos que Caravaggio dava aos quadros, originou-se o tenebrismo, em que os tons terrosos contrastam com os fortes pontos de luz.
Considerado um farrista inconsequente, ele vivia com problemas com a polícia, sem dinheiro e buscava brigas nos pulgueiros da cidade. Em 1606, matou um jovem durante uma briga e fugiu de Roma, com a cabeça a prêmio.
Passou por Nápoles, depois por Malta e pela Sicília, onde pintou telas de lirismo transfigurado, em temas como a ressurreição de Lázaro (Messina), na qual, sob o pavor de um imenso espaço vazio, um raio de luz rasante parece imobilizar o drama sagrado.
Sansão capturado pelos filisteus (à esquerda) e A vocação de São Aloysius, de Guercino (à direita)
Em Malta (1608) envolveu-se em outra briga, e mais outra em Nápoles (1609), possivelmente um atentado premeditado contra a sua vida devido suas ações, por inimigos nunca identificados.
Por seu gênio difícil e vida turbulenta, ele tem sido considerado um personagem enigmático, fascinante e perigoso.
Caridade (à esquerda) e A Imaculada Conceição, de Guido Regni (à direita)
Sua iluminação dramática e intensidade expressiva tiveram um impacto profundo em seus seguidores e na arte européia em geral.
A Anunciação (à esquerda) e A fuga para o Egito, de Luca Giordano (à direita)
Entre 1606 e 1610, ele trabalhou em Nápoles, Malta e Sicília, onde seu estilo foi extremamente influente nas gerações seguintes de artistas.
A Dormição da Virgem, de Carlo Saraceni (à esquerda) e Saint Philip Neri, de Carlo Dolci (à direita)
Pintores do sul, como Massimo Stanzione, Artemisia Gentileschi e Mattia Preti, responderam de maneiras distintamente individuais às ousadas lições de Caravaggio.
Judith com o chefe da Holofernes, de Massimo Stazione (à esquerda) e Ester antes de Assuero, de Artemisia Gentileschi (à direita)
A Pintura de Cavalete de Carracci e do século XVII
A mudança de Annibale Carracci de Bolonha, onde ele e seu primo Ludovico haviam fundado uma academia de pintura, para Roma na década de 1590, teve um impacto importante na arte italiana.
Duas crianças brincando com um gato (à esquerda) e O Enterro de Cristo, de Annibale Carracci (à direita)
Em Roma, Annibale ficou fascinado com a escultura antiga e absorveu o trabalho de Rafael e Michelangelo.
Ele empreendeu projetos de afrescos em larga escala, mas também fez pinturas de cavalete, principalmente de assuntos religiosos.
Testemunho de São João Batista de Annibale Carracci (à esquerda) e Madonna e criança com santos, de Ludovico Carracci (à direita)
De sua oficina bem organizada, surgiram alguns dos pintores mais importantes do período, incluindo Domenichino e Francesco Albani.
A negação de São Pedro, de Ludovico Carracci (à esquerda) e A Lamentação, de Domenichino (à direita)
Também estão em exibição, além de pinturas a óleo sobre tela, estão obras de pequena escala, geralmente em cobre, produzidas por importantes clientes italianos por Carracci, seus seguidores e outros.
Galeria Dr. Mortimer D. Sackler e Theresa Sackler – Giovanni Battista Tiepolo
Três enormes telas de Tiepolo cumprimentam os visitantes das galerias de pinturas europeias do Metropolitan Museum no topo da Grand Staircase. Essas composições teatrais comemorando vitórias de antigos generais romanos encantaram convidados no palácio da família Dolfin em Veneza no final da década de 1720.
Alegoria dos Planetas e Continentes (à esquerda) e A fuga para o Egito, de Giovanni Battista Tiepolo (à direita)
Abençoado com uma imaginação fecunda e virtuosismo técnico incomparável, Giovanni Battista Tiepolo encerrou a grande era da pintura veneziana que havia começado no Renascimento com Giovanni Bellini, Giorgione e Tiziano. O Metropolitan possui a coleção mais importante da obra de Tiepolo fora de Veneza, incluindo a tela para o teto do Ca ‘Barbaro em Veneza e afrescos do Palazzo Valle-Marchesini, em Vicenza.
Santa Tecla Orando pelos Pestilentos (à esquerda) e O Triunfo de Marius, de Giovanni Baptista Tiepolo (ou Giambatista Tiepolo), (à direita)
Ganhou fama ainda jovem, e se tornou mais conhecido pelos grandes afrescos em igrejas e palácios. Ao longo de sua vida se tornou um dos principais decoradores da Europa, mas também deixou obra significativa na pintura de cavalete e na gravura.
A Batalha de Vercellae (à esquerda) e A Captura de Cartago, de Giampatista Tiepolo, (à direita)
Seu estilo reflete a herança do Classicismo e do Barroco mas se expressa em plenitude numa feição Rococó, corrente da qual é um dos principais representantes, consolidando uma obra que combina grandiosidade, versatilidade, elegância e leveza, com uma figuração dinâmica, uma paleta de cores original e uma pincelada livre e segura.
A Adoração dos Reis Magos (à esquerda) e A Investidura do Bispo Harold como Duque da Franconia, de Giambatista Tiepolo, (à direita)
Tiepolo realiza na sequência encomendas de telas e afrescos para várias igrejas e famílias nobres de Veneza e cidades dos arredores como Biadene e Pádua. Em Pádua deixou a primeira obra importante, na Villa Baglioti, decorada com afrescos mitológicos entre 1719 e 1720. Ainda em 1719 casou com a nobre Cecilia Guardi, irmã de pintores. Com ela teria nove filhos, sendo dois deles, Domenico e Lorenzo, foram pintores.
A Carruagem de Aurora (à esquerda) e Netuno e os ventos, de Giambaptista Tiepolo, (à direita)
Em 1750 sua reputação já estava firmada em toda a Europa. Neste ano foi contratado pelo príncipe-bispo de Würzburg para decorar seu palácio. Com a colaboração de seus filhos pintores, deixou dois grandes afrescos, um no teto do Salão Imperial e outro no teto da entrada monumental.
Este último, com mostrando uma Alegoria dos Continentes povoada de deuses mitológicos e figuras históricas e alegóricas, está entre suas obras mais aplaudidas.
As duas pinturas da A Apoteose da Monarquia Espanhola, de Giambaptista Tiepolo, (à direita)
Em 1761 o rei Carlo III de Espanha contrata Tiepolo para ornar com afrescos os quartos do novo Palácio Real, em Madri. Trabalha vários anos na Espanha, morrendo em 1769 na capital daquele país, sendo enterrado na igreja de São Martin, já destruída.
A Glorificação da Família Giustiniani (à esquerda) e A partida da gôndola, de Giovanni Domenico Tiepolo, (à direita)
Com a colaboração de seu filho e discípulo Giovanni Domenico Tiepolo, que se tornou também pintor de renome, Tiepolo dominou a pintura veneziana do século XVIII e sua fama continental levou pai e filho a trabalharem na Itália, Alemanha, Suíça, Rússia e Espanha.
As galerias ondem podem ser achadas essas obras são as 600, 601, 632 e 633.
Galerias Harry Payne Bingham: Giovanni Battista Tiepolo – Esboços a óleo
A fama e habilidade consumada de Giovanni Battista Tiepolo o levaram a trabalhar fora da Itália, para clientes eclesiásticos e reais na Alemanha e na Espanha.
Em exibição nesta galeria, são esboços a óleo vertiginosamente deslumbrantes para alguns de seus projetos mais famosos.
Entre os mais famosos estão incluídos a decoração a fresco do imenso teto da escada no Residenz, Würzburg e tetos no recém-construído Palácio Real de Madri. Seu filho Giovanni Domenico preferia assuntos menos exaltados, como a encantadora dança no país, de cerca de 1755.
Veneza no século XVIII – A república marítima de Veneza
O grupo de ilhotas reunidas nos pântanos do norte do mar Adriático havia se tornado uma grande potência comercial na Europa medieval e renascentista.
A Piazza San Marco (à esquerda) e Campo Santa Maria Zobenigo (à direita), de Canaletto (à direita)
No século XVIII, a cidade entrou em declínio político, mas permaneceu um destino preeminente para os visitantes. O trabalho de editores e artistas venezianos foi amplamente admirado e se tornou uma mercadoria de exportação. A mudança da luz e as cores e a atmosfera do ambiente aquático foram comemoradas por Canaletto e Francesco Guardi, cujas vistas eram populares entre os colecionadores.
O Grande Canal, Veneza, olhando para o sul em direção à Ponte Rialto (à esquerda) e O Grande Canal, Veneza, olhando para o sudeste, com o Campo della Carità à direita, de Canaletto (à direita)
Giovanni Antonio Canal era ao nome verdadeiro de Canaletto, famoso por suas paisagens urbanas de Veneza, daí o nome Canaletto. Famoso por retratar a atmosfera própria de Veneza sob o ângulo barroco, captando a visão de suas ruas e canais, envoltos em luzes e sombras. Demonstrando um esplêndido tratamento das luzes e sombras e de seu perfeito domínio da perspectiva, em um estilo mais objetivo do que o de seu rival, o pintor italiano Francesco Guardi.
Em 1746 mudou-se para Londres, onde se dedicou a pintar paisagens inglesas. Na Inglaterra pintou paisagens urbanas e rurais, especialmente de Londres, Oxford e Windsor.
De volta a Veneza (1763), ingressou na Academia de Belas-Artes, da qual foi membro até sua morte e entre seus principais discípulos destacou-se seu sobrinho Bernardo Bellotto.
Castelo Warwick (à esquerda) e Campo Sant’Angelo, de Canaletto, (à direita)
A Piazza San Marcos (à esquerda) e Wrightsman, de Canaletto, (à direita)
Francesco Lazzaro Guardi foi um pintor veneziano e paisagistas do período Rococó. Fazendo largo uso do sfumato e da chamada pittura di tocco, estilo baseado em pequenas e enérgicas pinceladas pontuais, o artista criou um estilo de pintura mais solto, em contraposição às pinturas sólidas e organizadas de Canaletto e Tiepolo.
A Ilha de San Michele (à esquerda) e a Piazza San Marco, de Franceso Guardi
De fato, enquanto em Canaletto há uma concentração em representar meticulosamente a arquitetura veneziana, em Guardi os edifícios parecem estar dissolvendo-se e afundando nos canais lodosos