Harry sumiu, Cipriani achou que suas 10 mil liras haviam líquido e sem nenhuma esperança em reaver seu empréstimo seguiu a vida servindo bebidas no Hotel Europa. Dois anos depois o jovem Henry Pickerman retorna a Veneza, vai ao Hotel Europa, pede um drink e devolve as 10 mil liras de Cipriani e ainda lhe presenteia com mais 40 mil liras e sugere ao amigo para que eles abram juntos seu próprio bar, que seria batizado com nome o nome do beberrão: Harry.
Não encontrando local na Piazza San Marcos Cipriani instalou o Harry’s, na beira do Grand Canal. Na Calle Vallaresso, 1323. A sociedade se desfez mas Cipriani continuou.
Mas a fama do Harry’s Bar, que se tornou um ícone e um clássico de Veneza devido a Cipriani, com sua criatividade para coquetéis. Em especial o popularíssimo Bellini, mistura de vinho prosecco com suco de pêssego, um verdadeiro clássico italiano. O Bellini recebeu este nome de Cipriani em homenagem ao seu pintor veneziano favorito, Giovanni Bellini.
Receita do Bellini: dois quintos de suco de pêssego e três quintos de prosecco.
Outro clássico do Harry’s é o “carpaccio”. Criado em 1950 para atender uma cliente, a condessa veneziana Amalia Nani Mocenigo, que só poderia comer carne crua como prescreverá seu médico, devido sérios problemas estomacais. Assim Giuseppe Cipriani cortou finas fatias de carne crua e temperou com mostarda e queijo parmesão. Como de costume Cipriani deu o nome de outro importante pintor veneziano (Vittore Carpaccio) ao novo prato, devido suas cores vivas (carne vermelha com a mostarda amarela) que lembravam ao bartender suas telas.
Com todas essas criações o bar passou a ser frequentado pelos clientes mais interessante do mundo que passavam por Veneza. Seu frequentador mais assíduo foi o escritor americano Ernest Hemingway. Outros notáveis clientes sempre desfilaram no Harry’s Bar, como os diretores Orson Welles, Charlie Chaplin, Alfred Hitchcock e Woody Allen, o maestro italiano Arturo Toscanini, o escritor Truman Capote, o inventor Guglielmo Marconi, a diva grega Maria Callas, a atriz italiana Sophia Loren, o pintor espanhol Pablo Picasso e os ricaços Aristóteles Onassis e Peggy Gugenheim.
Pois é, sabe aquela ajudinha quem nem sempre damos a um familiar, um amigo e muito menos a um estranho sem dinheiro e ainda por cima para para beber? Bom não foi o caso de Giuseppe Cipriani. Aquelas 10 mil liras que viraram 40 mil no retorno do amigo Harry, hoje é uma mega empresa com filiais do Harry’s Bar em Roma, Londres, Miami, Nova York. O
Cipriani’s também possui hotéis, resorts, bares, restaurantes e clubes na Itália, Estados Unidos, México, Ibiza, Monte Carlo, Istambul, Abu Dhabi, Dubai, Moscou e Honk Kong.
Mas comer no Harry’s Bar não é nada barato. Bonzinho só o Giuseppe e no começo. Dois bellinis, um caparccio acompanhado de uma saladinha, um cestinho de pães, manteiga (que nunca aparece na conta mas é normal nos restaurantes italianos) e uma água custa mais de 100 euros. Veja a continha acima. Não coloquei fotos porque o bar é muito rigoroso quanto a fotos. e até porque o pessoal que vai no Harry’s é classudo pra caramba.George Clooney aparece lá sempre. Parece um filme do Luchino Visconti com aquela nobreza européia bem-vestida e bem nascida, que te olha como se não te visse. Ou uns modernos vestidos com roupas coloridas e estampas misturadas de xadrez com listrado. Mas não se deixe intimidar. Afinal todos tem seus 15 minutos de fama. Ponha seu melhor casaco (no caso de ser outono inverno, claro), seu cachecol de seda mais bonito, sua bota de salto mais alto e pronto. Bem, não esqueça que o Harry’s é aquele lugar que o maitrê tira seu casaco e leva para a chapelaria. Então no mínimo um pretinho básico por baixo. Para os homens a pedida é calça, camisa e um terno de lã. Claro que se você tiver uma gravata elegante e bem chamativa cai bem, mas não é imprescindível.
Como chegar ao Harry”s Bar